Paranóias de Mãe

Era o dia da prova global de matemática, íamos a caminho da escola, e a meio do caminho, queixa-se que lhe dói o peito do lado esquerdo. Mas dizia: " ai dói aqui...". Pensei que podiam ser nervos por causa do teste, mas normalmente queixa-se da barriga! Tentei desdramatizar a importância da prova, disse-lhe que se não corre-se bem, não havia problema. E depois, ele parecia já ir mais animado.

Só que eu passei o dia no trabalho com uma preocupação enorme, e assim que pude fui à escola ao intervalo da tarde ver como ele estava. Ele disse que estava bem, e também disse que o teste tinha sido fácil.

Mas será que é normal aos seis anos o sistema nervoso dele já estar assim tão sensível? Possivelmente a culpa foi minha porque lhe passei muitos exercícios.

Agora, que para já não tem mais provas, é só brincar, ver TV, jogar PSP...para recarregar baterias:)

Quando estava a ajudar o meu filho a estudar para a ficha de matemática, percebi o quanto ele é precipitado nas respostas. Perguntei-lhe quanto era uma dúzia e ele imediatamente responde "dez", depois digo: "é quanto?" E ele diz: "dez! não, 12!" Está sempre a fazer isto, responde a primeira coisa que lhe vem à cabeça não pensa um pouco. Tentei fazer-lhe entender que tem de ponderar e fazer as coisas com calma. Eu acho que o que o preocupa é despachar-se!

Como o meu filho entrou este ano para a escola, acredito que para ele as palavras sempre se escreveram assim, não existe o "antes" nem o "pós" acordo. Mas quando o acompanho nos trabalhos de casa, de vez em quando lá o induzo em erro, puramente sem querer. Talvez porque eu nunca compreendi muito bem o porquê desta mudança. Há quem diga que é evolução ou inovação e se assim não fosse, farmácia ainda se escrevia pharmacia.

Parece que tenho de voltar à escola para aprender aquilo que preciso para ajudar o meu filho.

No outro dia ele perguntava-me como se escrevia correcto e eu não respondi de imediato, porque fiquei a pensar no acordo, e ele disse logo" tu não sabes, mãe?" 

Tenho algumas duvidas: Se eu continuar a escrever como antes do acordo, as palavras são consideradas como erro? E se empregar no mesmo texto as duas formas, é errado? Haverá algum site onde nos possamos informar sobre o assunto?

Será que já posso mandar o meu filho para a escola de t-shirt, calções e sandálias?

Coloquei as duas (actual e a nova) lado a lado para comparar, e o que acho que é como tudo, primeiro estranha-se e depois entranha-se. Isto porque à primeira vista parece que andamos a procurar as coisas e está tudo fora do sitio, mas acredito que seja tudo uma questão de habito. Se é para evoluir vale a pena!

Mas no primeiro ano, e com crianças de seis anos, tem mesmo de haver provas globais com outros professores de fora a vigiar? Agora é mesmo assim!? Não acham que as crianças são novas demais para passarem já por esta pressão? Se nas fichas de avaliação ele já diz que lhe dói a barriga, como será que ele vai reagir com outra professora que não a dele e com tanta matéria? Não sei quanto tempo dura a prova, mas... Estou um pouco preocupada, já estava afastada do ensino há tanto tempo, não fazia ideia que estava assim...Será necessário mesmo começar tão cedo? O primeiro ano não deveria ser para eles se adaptarem!

Gostava de "ouvir" algo que me tranquilizasse, algo que me fizesse pensar, que isto será bom para eles...

Hoje quando fui buscar o meu filho à escola vi que estava com as calças molhadas até aos joelhos, as mangas do Kispo molhadas até aos cotovelos. Para além de trazer a mochila aberta, com o fecho estragado. Não estou a exagerar. Aliás outras mães que o viram ficaram admiradas! Com este cenário, como é que eu consigo não ficar preocupada!? Perguntei-lhe o que se passou, disse-me que foram os amigos quando iam para as poças saltar. Ralhei com ele, e quando cheguei a casa dei-lhe logo um banho quentinho. Mas tinha os pés um pouco molhados. Espero que que fique doente.

Eu sei que são muitas crianças para o pessoal que lá trabalha, mas custava muito repararem na situação e impedi-la?

O SAPO "inspira-me " sugere que falemos de um livro que estejamos  a ler. Eu ainda não estou a ler este livro, mas penso muito nele. Como mãe desesperada que sou, penso neste livro. Só acho que se calhar a fase que o livro trata já passou, pois o meu filho já não é bebé,  é um menino de seis anos que começou este ano lectivo a sua vida escolar. E o meu maior drama é o tempo que ele está na escola, sem a protecção que tinha no pré-escolar e longe de mim.

De qualquer forma, ainda bem que este livro existe, só lamento não o ter encontrada no momento que tanto dele precisei, mas ainda o compro.

O meu filhote escondeu as lembranças que tinha para mim na sexta e só me entregou no domingo. Nem sei como ele se aguentou. Até na disciplina de inglês fez um marcador de leitura.

E tão bom ser Mãe!

No inicio do ano lectivo, uma das aulas preferidas do meu menino era o Ginástica. Nunca faltava. No entanto, ultimamente e cada vez mais me pede para o ir buscar antes da aula,  já que ele percebe que não é uma aula obrigatória pois é AEC.

Nem sempre tenho disponibilidade no meu horário para o ir buscar. Hoje tinha, mas fiz um esforço para não ir. Mas depois lembrava-me da forma como ele me tinha pedido e mesmo em cima da hora fui vê-lo ao recreio, e ele assim que me viu pediu-me de novo e pronto, trouxe-o para casa!

Se calhar não estou a agir bem, pois isto pode ser uma capricho dele. Ele diz que tem de correr muito e fica muito cansado e com dor nas pernas. Já falei com o pai para o levarmos ao médico, mas o pai diz que provavelmente o que o faz não querer ir, é o facto de ele ficar para trás nas corridas. E na verdade ele não gosta nada de ficar em ultimo lugar, ele quer sempre ganhar e fica desolado quando perde. Tem mau perder o garoto!

Não sei se devo continuar a ceder ao seu pedido ou se o devo deixar ficar na aula para ele ganhar mais maturidade!