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Criei este blog para partilhar as preocupações que tenho com o meu filho (a partir dos 6 anos), para receber conselhos, para desabafar, e para ver se sou mesmo a única a ser paranóica, ou se não estou assim tão sozinha! Sou mãe galinha e mãe leoa!
Duas comemorações sensivelmente na mesma data, uma tradicional portuguesa - o pão por Deus, outra - o Halloween, vinda dos países de lingua anglo-saxónica (especialmente dos EUA).
Hoje em dia, pelo menos no meu ciclo de convivência, parece que se esqueceram do pão por Deus e estão todos mais virados para o Halloween. Noto isso na decoração das montras das lojas, nas conversas, nos anúncios das festas, etc.
Ainda há dias o meu filho dizia-me:" Mãe, este ano quero ir ao pão por Deus e dizer doçura ou travessura!" Isto para dizer que ele já mistura as duas coisas.
As duas festas têm algo em comum, tem a ver com os mortos ou com os espíritos. Segundo a teria do Halloween acreditava-se que nesta data, os espíritos dos mortos regressavam para visitar as suas casas e também poderiam surgir assombrações para amaldiçoar os animais e as colheitas. Em Portugal este dia também coincide com o dia dos finados, onde as pessoas visitam os túmulos dos seus entes queridos!
O pão por Deus teve origem em Lisboa em 1756 (1 ano depois do terramoto que destruiu Lisboa). Em 1 de Novembro de 1755 aconteceu o terramoto que destruiu Lisboa, no qual morreram milhares de pessoas e a população da cidade, que era na sua maioria pobre, ainda mais pobre ficou. As pessoas, passaram a percorrer a cidade, batiam às portas e pediam que lhes fosse dada qualquer esmola, mesmo que fosse pão. E as pessoas pediam: "Pão por Deus". Atualmente, são as crianças que em grupinhos de manhã bem cedinho, no dia 1 de novembro, saem à rua para pedir o "Pão por Deus", aos vizinhos e familiares que lhe dão, normalmente, rebuçados, dinheiro, fruta, chocolates, nozes, castanhas, doces.
Será que nas escolas não se deveria de explicar às crianças as diferenças e as semelhanças destas duas tradições? A meu ver a tradição portuguesa do pão por Deus está a desaparecer para dar lugar ao Halloween, já que esta última parece bem mais animada e divertida.
O que mais têm em comum estas duas tradições, são as crianças andarem pelas ruas a pedir coisinhas...
Se calhar este ano as crianças que me vão bater à porta vêm vestidas de bruxas e vampiros com uma lanterna de abóbora e vão dizer "doçura ou travessura"!? E caso, eu não tenha nenhum doce, pregam-me uma partida!
Confesso que não me lembrava como se faziam contas de dividir por dois e três algarismos, não me lembrava ou nunca soube. Mas graças à ajuda de uma amiga, consegui reaprender e agora ando a tentar ajudar o meu filho . Com esquemas, cores, explicações, acho que estamos a progredir! Faz mesmo falta o empurrãozinho que se dá em casa, só a escola, a professora, pelo menos nesta matéria, não foi o suficiente!
A matemática nunca foi o meu forte, eu tinha e tenho dificuldade em achar sentido para a metemática, mas pelo meu filho, tenho de mudar de atitude!
Ontem fui até às lágrimas ao ver a novela "Jardins Proibidos", devido ao drama vivido por aquelas duas mães. Uma tem a filha a morrer porque precisa de um coração; a outra tem um filho em morte cerebral. A segunda criança pode salvar a primeira, mas para isso, a mãe teria de consentir a doação do coração. É muito, para se pedir a uma mãe, que vê que o filho ainda respira, que ainda está cá, embora na verdade já não esteja. Uma mãe precisa de tempo para se consciencializar da situação, para se despedir... mas tempo, é o que a outra criança não tem, para esperar.
Isto é ficção, mas não posso deixar de pensar que poderia ser real, e ponho-me a pensar que qualquer uma de nós, mães, poderia estar numa destas situações, e isso deixa-me tão triste e desesperada.
Nem mesmo na ficção, o final vai ser feliz para as duas partes, mas que pelo menos seja para uma!