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Criei este blog para partilhar as preocupações que tenho com o meu filho (a partir dos 6 anos), para receber conselhos, para desabafar, e para ver se sou mesmo a única a ser paranóica, ou se não estou assim tão sozinha! Sou mãe galinha e mãe leoa!
Cá estou eu com mais um stresse. Parece que quando se ultrapassa um obstáculo, surge logo outro a seguir.
Há dias disseram na escola que anda uma carrinha quando saem das aulas, a oferecer boleia para fins de rapto. Parece que numa localidade a uns quilómetros daqui já foi feita essa tentativa.
Depois vejo no facebook, uma miúda de 13 anos que desapareceu à saída da escola. De seguida vejo um aviso onde colocam uma criança pequena a chorar com endereço da morada dela, nas localidade e depois remete para situações de rapto.
Ora assim, sendo eu já stressada, as minhas preocupações aumentam. Custa-me estar no trabalho, sem poder saber logo, se ele já está em casa e se correu tudo bem.
Tenho de contar a dita "escola segura" da GNR ou da PSP, e pedir que façam rusgas no caminho dos estudantes, desde a escola até casa, embora existam vários caminhos de carro conseguem visualizar se está tudo bem!
Coração de mãe está sempre apertadinho!
Durante a noite passada, por volta das 5 horas da manhã, acordei sobressalta com uma discussão na minha rua. Eram jovens, talvez até adolescentes. Não muito longe da minha rua há um bar, e talvez por falta de estacionamento tenham vindo para a minha rua. Falavam alto, brigavam, diziam palavrões, não sei se embriagados ou mesmo zangados.
O barulho passou, mas a minha cabeça, o meu subconsciente resolveu começar a fazer filmes. Comecei a pensar, que o meu filho, agora com 13 anos, já estava perto de andar nestas saídas, nestas confusões, certamente próprias da idade, mas...ao mesmo tempo tão arriscadas. Não podiam apenas, sair, divertirem-se, era preciso brigas, agressões!? Ele é muito de gostar de ficar em casa, mas com o avançar da idade, também vai querer sair à noite!
E ali fiquei a matutar, sem conseguir adormecer! Ando mesmo a ficar totó! Mas hoje, já tenho pensamento mais positivo, que é viver uma fase de cada vez!
Na altura que ele foi para o 5º ano com 10 aninhos, acabados de fazer, foi necessário fazer algumas mudanças na nossa rotina. Deixamos de ter apoio do ATL, não tínhamos familiares por perto, e nós pais trabalhávamos e trabalhamos fora da localidade onde está escola.
Foi aí que percebemos que ele tinha dificuldade em abrir portas, em abrir garrafas, até em cortar um bife no prato. Lá fomos conseguindo gerir e arranjar soluções, era complicado principalmente nos dias em que ele saia cedo, ter de ficar na escola e esperar que alguém o fosse buscar. No início tínhamos algum receio que ele se metesse por maus caminhos devido ao tempo que ficava por lá. Um vez, uma pessoa amiga, alertou-me para ficar atenta a um rapaz com quem ele costumava ficar, dizendo-me que não era boa influência. Sabendo eu, de como o meu filho era ingénuo, fiquei preocupada.
Entretanto o tempo ia passando e o problema mantinha-se, não havia evolução, apesar das tentativas, apesar de até mudar-mos a fechadura. Numa conversa com alguém que não interessa aqui mencionar, disseram-me se eu tinha a certeza que ele era destro, porque a forma dele pegar na caneta parecia de um canhoto. Foi aí, que me recordei que sempre que ele pegava nos talheres ao contrário eu o corrigia. Fazia-o achando que o estava a ensinar, já que na caneta, apesar de pegar de forma estranha, sempre pegou com a mão direita.
Disseram-me então que a razão deste problema poderia ser de a força dele, ao invés de estar concentrada toda na direita, poder estar distribuída entre ambas as mãos e daí a falta de jeito, agilidade ou de força. Tinha de haver um motivo, e parecia estar encontrado!
Durante cerca de três anos, andei numa correria para conseguir estar o mais cedo possível na escola e manter o meu emprego. Muitos nervos. Muito stresse. Tive algum apoio é certo, mas também, nas empresas querem lá saber se temos problemas, estamos lá é para cumprir horários.
Muita incompreensão e criticas de algumas pessoas, mesmo em ambiente familiar e de amigos. Chegaram a dizer-me; "porque não o deixas sozinho com as chaves um dia, de modo a ele ter que se desenrascar, caso contrário fique na rua? Vais ver se ele não abre a porta!?" Nunca fiz isso, Sabia que ele, mais tarde ou mais cedo, haveria de conseguir.
No entanto, de um momento para o outro ele aumentou cerca de 6 kg, e começou a abrir as portas, a desenroscar garrafas. Ganhou peso, ganhou agilidade e força.
Só quem nos acompanhou de perto, sabe o quanto de bom, foi ele ter ultrapassado este obstáculo. Demorou, mas chegou o dia!