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Criei este blog para partilhar as preocupações que tenho com o meu filho (a partir dos 6 anos), para receber conselhos, para desabafar, e para ver se sou mesmo a única a ser paranóica, ou se não estou assim tão sozinha! Sou mãe galinha e mãe leoa!
Chegou por email o aviso para a devolução dos livros, que o estado tinha, por assim dizer, emprestado. Para o 10º ano, tinha de ser naquele dia e naquelas três horas disponíveis. Havia encarregados de educação, insatisfeitos porque , para alguns era horário de trabalho, e alguns trabalhavam longe. Mas todos tinham feito um esforço para ali estar. A fila era grande, um pouco ao sol, mas também estavam três pessoas/janelas a receber.
Quando chegou a minha vez, entreguei duas disciplinas do 10ºano ( as que não ira ter exames) e perguntaram pelos livros do 9ºano! Fiquei surpreendida, pois no ano anterior, tinham dito que por causa da pandemia, não iam pedir a devolução dos livros. Fiquei a saber que tinha de devolver. Teria de ir a casa buscar e voltar lá. Disse que ele tinha estudado noutra escola no ano anterior, e chamaram alguém para dizer em que escola os teria de devolver. Disseram que tinha de ser na escola onde ele fez o 9º ano.
Liguei para a escola e o prazo lá já tinha acabado, mas disseram que abriam uma exceção, visto que só naquele dia tive a informação. Com a ajuda do rapaz lá reuni os livros, que já estavam arrumados numa caixa. Dirigi-me à escola. A pessoa que me atendeu ao telefone foi simpática, mas a que me recebeu, quando eu pedi desculpa pelo atraso e disse que não sabia que eram para devolver disse-me "à partida, quando nos emprestam uma coisa, sabemos que mais tarde ou mais cedo a temos de devolver, porque foi emprestada, não foi dada"!
Fiquei aborrecida. Se esta ajuda do estado não me fizesse a falta que faz, comprava todos os livros, só para não ter de aturar isto! Mas eu alguma vez ficaria com uma coisa que não era minha, só porque sim!?
Não foi um ano letivo fácil, muitas mudanças. Mudança de escola, de localidade. O seu habitual grupo de amigos desde o primeiro ano escolar, desfez-se. Ele é um miúdo sossegado, mas não era tímido, tinha o seu grupo de amigos, com os quais tinha as suas brincadeiras, jogos, até chegava a liderar. Entretanto mudou para uma escola gigante em comparação à anterior e não foi fácil a integração. No inicio, os professores não o entenderam, disseram que era anti-social. Podiam ter tentado entender ou ajudar, mas foi mais fácil colocar rotulo. Só eu sei o que me custava vê-lo desanimado. Fui sempre dando animo, incentivando. Depois a pandemia, também não ajudou, porque as aulas em casa, embora tivesse concordado que era mesmo necessárias, não eram a mesma coisa.
Entretanto aos poucos as coisas foram melhorando. Em relação à avaliação: correu bem, não teve grandes notas, também porque não as ambicionou, mas empenhou-se naquela disciplina que teve 8 quer no primeiro, quer no segundo período e obteve um 10! Nenhuma nota dele foi de favor, foi tudo justo, incluindo esta recuperação.
Gostaria que no próximo ano, as coisas fossem mais fáceis. com ele bem mais integrado,e, se possível que se pudesse voltar ao normal, sem esta ameaça da pandemia!