Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Criei este blog para partilhar as preocupações que tenho com o meu filho (a partir dos 6 anos), para receber conselhos, para desabafar, e para ver se sou mesmo a única a ser paranóica, ou se não estou assim tão sozinha! Sou mãe galinha e mãe leoa!
O meu filho já foi sozinho a vários aniversário, como também, já estiveram no aniversario dele, alguns amigos. Normalmente os aniversários eram nas casa dos amigos ou iam com os pais a algum lugar, tipo pizzarias ou Macdonald's.
Desta vez era num restaurante, mas só estariam os miúdos, sem os adultos. Ao escolher o prato, esquisitinho como ele é, escolheu carne. O problema era cortar a carne. Não conseguia e ao principio sentiu-se mal e atrapalhado. Como (erradamente) sou sempre eu que lhe corto tudo, ele estava com muita dificuldade em cortar. Já aqui disse que ele é meio canhoto para algumas coisas.
No entanto, não era o único, e como viu os colegas comerem com as mãos, resolveu segui-los!
E eu percebi, que esta super proteção que exerço sobre ele, o prejudica. Este episódio, foi um alerta para mim. Decidi que já não vou preparar o prato, mas sim ensiná-lo como fazer!
Também tenho de o cativar a fazer algumas coisas na cozinha...em mais pequeno ele adorava ajudar e aprender.
Na altura que ele foi para o 5º ano com 10 aninhos, acabados de fazer, foi necessário fazer algumas mudanças na nossa rotina. Deixamos de ter apoio do ATL, não tínhamos familiares por perto, e nós pais trabalhávamos e trabalhamos fora da localidade onde está escola.
Foi aí que percebemos que ele tinha dificuldade em abrir portas, em abrir garrafas, até em cortar um bife no prato. Lá fomos conseguindo gerir e arranjar soluções, era complicado principalmente nos dias em que ele saia cedo, ter de ficar na escola e esperar que alguém o fosse buscar. No início tínhamos algum receio que ele se metesse por maus caminhos devido ao tempo que ficava por lá. Um vez, uma pessoa amiga, alertou-me para ficar atenta a um rapaz com quem ele costumava ficar, dizendo-me que não era boa influência. Sabendo eu, de como o meu filho era ingénuo, fiquei preocupada.
Entretanto o tempo ia passando e o problema mantinha-se, não havia evolução, apesar das tentativas, apesar de até mudar-mos a fechadura. Numa conversa com alguém que não interessa aqui mencionar, disseram-me se eu tinha a certeza que ele era destro, porque a forma dele pegar na caneta parecia de um canhoto. Foi aí, que me recordei que sempre que ele pegava nos talheres ao contrário eu o corrigia. Fazia-o achando que o estava a ensinar, já que na caneta, apesar de pegar de forma estranha, sempre pegou com a mão direita.
Disseram-me então que a razão deste problema poderia ser de a força dele, ao invés de estar concentrada toda na direita, poder estar distribuída entre ambas as mãos e daí a falta de jeito, agilidade ou de força. Tinha de haver um motivo, e parecia estar encontrado!
Durante cerca de três anos, andei numa correria para conseguir estar o mais cedo possível na escola e manter o meu emprego. Muitos nervos. Muito stresse. Tive algum apoio é certo, mas também, nas empresas querem lá saber se temos problemas, estamos lá é para cumprir horários.
Muita incompreensão e criticas de algumas pessoas, mesmo em ambiente familiar e de amigos. Chegaram a dizer-me; "porque não o deixas sozinho com as chaves um dia, de modo a ele ter que se desenrascar, caso contrário fique na rua? Vais ver se ele não abre a porta!?" Nunca fiz isso, Sabia que ele, mais tarde ou mais cedo, haveria de conseguir.
No entanto, de um momento para o outro ele aumentou cerca de 6 kg, e começou a abrir as portas, a desenroscar garrafas. Ganhou peso, ganhou agilidade e força.
Só quem nos acompanhou de perto, sabe o quanto de bom, foi ele ter ultrapassado este obstáculo. Demorou, mas chegou o dia!