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Criei este blog para partilhar as preocupações que tenho com o meu filho (a partir dos 6 anos), para receber conselhos, para desabafar, e para ver se sou mesmo a única a ser paranóica, ou se não estou assim tão sozinha! Sou mãe galinha e mãe leoa!
Não consigo entender o medo/receio que ele tem de ser gozado! No outro dia fui à escola para resolver uma questão e ele quando me viu no átrio, deu uma volta enorme para não passar perto de mim. Quando em casa lhe perguntei porque não foi falar comigo, disse-me que depois os grandes iam gozar com ele e dizer que ele tinha lá a mãezinha!
De outra vez, disse-me para eu não ficar mesmo á porta da escola quando o vou esperar, tenho de ficar afastada, para não gozarem com ele. Esta também não entendo, quase todos os pais ou avós os vão buscar à porta da escola!
Despedidas e cumprimentos com beijinhos em público, então, nem pensar!
E ele em casa é tão de abracinhos e beijinhos. Um dia perguntei se ele tinha vergonha de mim e porque me fazia aquilo, e a resposta dele foi: um dia vais perceber!
Acho que são mais os rapazes a terem esta atitude, vejo , por exemplo, as meninas a irem sempre cumprimentar quem as vai buscar!
Também estão sempre a dizer-lhe que ele não tem tamanho para andar no 5º ano, e que parece um menino de 1º ciclo. Ele fica triste, e nos dias seguintes, até come melhor, com o intuito de crescer mais e ficar mais forte. Mas é sol de pouca dura, ele é, e será sempre, um pisco para comer!
Por vezes dizem-me que eu passo os meus medos para o meu filho. Se o faço é sem querer, pois tento ao máximo, não lhos mostrar. Na sexta-feira à noite fez uma trovoada estrondosa, e ele estava acordado e ao pé de mim, e mesmo assim ficou assustadíssimo e apavorado.
Eu sempre tive muito medo dos trovões, principalmente em criança...porque houve um episódio, em que num dia de trovoadas e relâmpagos, um grupo de mulheres que trabalhavam no campo, abrigaram-se debaixo de um sobreiro, estavam a rezar e quando caiu um relâmpago, uma delas perdeu a vida.
Nunca lhe contei isto, e acho que ele nem sabe o real perigo dos relâmpagos com as trovoadas e foi mesmo um som que o assustou!
Mas quase todas pessoas têm medo ou pelo menos respeitinho às trovoadas, certo?
Não percebi bem o que se passou com ele. Eu estava na sala a ver TV, e ele já estava a dormir no quarto dele. Ouço-o chamar por mim aflito. Vou a correr perguntar o que se passa. Ele está a soluçar e a dizer que não quer morrer. Digo-lhe que foi só um pesadelo, mas ele diz que não foi! Ele estava agoniado, e só repetia que não queria morrer. Depois disse que a avó também tinha morrido. Respondi que a avó morreu porque estava velhinha e doente. Esta morte aconteceu quando ele ainda era muito pequeno. Dei-lhe imensos beijinhos, tentei acalmá-lo. Acabou por ficar bem. Não sei de onde lhe veio esta ideia, se foi um pesadelo, se é dos desenhos animados ou de algum filme que viu e eu nem percebi.
Só sei que me custou e preocupou muito vê-lo assim!
Na nossa caminhada casa/escola passamos por habitações rés-do-chão com quintais e animais. Então, ontem houve um momento em que um cão vai ao portão mesmo quando nós íamos encostados a essa habitação, e desata a ladrar. O rapaz assustou-se e fugiu para a estrada, onde vinha um carro a passar. Felizmente eu levava-o pela mão e impedi-o de ele ir mesmo para o meio da estrada. E depois expliquei-lhe que ele não devia de fazer isso, porque o portão está fechado e o cão não ia sair e o perigo de ser atropelado por um carro era maior que ser apanhado pelo cão. Ele só disse: " ó mãe, mas eu assustei-me"!
Como é que eu não hei-de de andar sempre preocupada se há perigos em cada esquina?