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Criei este blog para partilhar as preocupações que tenho com o meu filho (a partir dos 6 anos), para receber conselhos, para desabafar, e para ver se sou mesmo a única a ser paranóica, ou se não estou assim tão sozinha! Sou mãe galinha e mãe leoa!
Sempre achei que para educar e ensinar teria de primeiro dar um bom exemplo. Na maioria das vezes, ou na maioria dos assuntos, resultou bem.
Começando pelas discussões, nunca gostei de discussões, de gritos. Felizmente é raro acontecer cá em casa. Quando acontece, ele estranha logo, e pede para não falarmos alto.
As pastilhas elásticas eram para ser uma experiência mais tardia, mas certa vez, tinha ele uns cinco anos e vi a mãe de uma colega a dar-lhe uma, por sorte estava por perto, pedi que não desse porque ele não sabia "comer". Fui logo a seguir comprar duas pastilhas elásticas para "mastigar" com ele e dizer-lhe como aquilo funcionava. Felizmente é coisa que raramente pede.
Em relação à lavagem dos dentes: habituei-o de pequenino, quando ainda era eu que lhos escovava. Sofri tanto em pequena por não ter este ensinamento, que me dediquei a este assunto, desde cedo. Felizmente, hoje em dia, nem é preciso mandar, ele vai e sabe como é uma tarefa super importante.
De seguida, cá em casa ninguém fuma. Nem os parentes mais próximos! Ele tinha apenas 5 anos quando estávamos estacionados num parque de uma loja à espera do pai, era hora de sol posto, ele viu um senhor a fumar, e disse-me inocentemente: "olha mãe aquele senhor tem um chupa que brilha!" Quando ele mais tarde percebeu o que significava fumar, expliquei-lhe que fazia mal à saúde. Uma vez estava num parque a brincar com uma amiguinha, viu o pai desta a fumar, veio ter comigo, e em segredo pediu-me se eu podia ir avisar o senhor, que aquilo fazia mal à saúde. Respondi que ele sabia.
Recentemente quando vi na escola dele um menino com quem ele chegou a brincar e mais novo que ele a fumar, fiquei preocupada. Tivemos uma conversa com ele e dissemos que se alguma vez ele sentisse vontade de experimentar para nos pedir a nós e não fumar nada que lhe dessem. Garantiu-me que nunca fará isso. Mas nunca se sabe, a vida muda, as ideologias também podem mudar.
Outra coisa: sacos ecológicos. Ele nunca ou raramente me viu usar/comprar sacos de plásticos. Na escola, quando fazia trabalhos, de ciências sobre a matéria tinha em mente a lição, não só a estudava como a aplicava. Uma vez no supermercado a menina da caixa perguntou-me se queria saco, eu percebi que a pergunta era se tinha saco, então respondi que sim, e ele olhou para mim chocado e disse "Mãe, vais levar um saco plástico!?", respondi imediatamente que não!
Na mesma linha, não deita lixo para o chão, é capaz de percorrer uns metros até encontrar um caixote ou guardar os papéis ou outro lixo num bolso ou mochila até a casa. Em casa, separamos o lixo, e se, eu me descuido, e ele repara, aponta-me logo o melhor caminho!
Também é muito respeitoso para com os mais velhos, pois sempre lhe expliquei, que os avós eram humildes, que passaram muito, tal como as pessoas da idade deles.
Mais uma coisa: o respeito pelos animais. Sempre me viu tratar bem os animais. Tal como eu, defende-os, mesmo que sejam de rua, se vir alguém a judiar é capaz de intervir, e sendo ele tão tímido, é para mim comovente ver e perceber como tem tanta afeição e respeito por eles.
Na mesma linha, é contra a toda a violência contra eles, principalmente em touradas.
Em relação ás asneiras, cá em casa não somos muito de dizer asneiras, até entrar para a escola havia palavras que ele nem sabia que eram asneiras. Mas hoje em dia, confesso que por vezes me descuido e é ele que me alerta. Ele raramente o ouvi dizer um palavrão!
Defender ídolos, quando ele admira uma pessoa defende-a. Aqui há uns tempos estavam na imprensa a dar noticias de alguém que ele admirava, e dizia que não acreditava, que não devia ter sido bem assim. No final veio a ver-se e a pessoa estava inocente.
Também defende os amigos, aqueles que acha que conhece bem, e que serão amigos para sempre!
Em relação aos legumes. Cá em casa sempre gostei muito de sopa, de algumas saladas. Habituei-o desde pequeno, mas, nesta matéria, o exemplo não serviu de nada, ele detesta sopa, legumes!
Outro exemplo que não surtiu efeito, é o ter paciência para esperar, principalmente em filas. Sempre lhe disse para ter calma para saber esperar. Mas na escola, por exemplo, se a fila para o bar estiver muito grande, prefere não comer!
Nem tudo é perfeito, mas sei que será uma boa pessoa, bem formado, com bons princípios e valores. É muito correto, mas ao mesmo tempo ingénuo, porque sendo ele assim, julga que os outros também são. É aí que tento que ele entenda, que nem todas as pessoas são sérias!
Que ele seja feliz, honesto e equilibrado, é o que desejo e para isso que "trabalho"!
Cada vez parece mais difícil a tarefa de ter um emprego e manter um filho em segurança. Principalmente quando a escola do filho, e a terra onde a mãe ou o pai trabalham não são a mesma, quando não há ATL's, avós, amigos ou outros parentes disponíveis para ajudar. Muitos dos meus dias são de correria, e de aflição.
Cada vez noto mais falta de humanidade por parte de chefes, patrões ou dirigentes de empresas. Esquecem-se que as pessoas têm vida além do trabalho, têm responsabilidades, têm filhos menores, e pior, como aconteceu comigo, ainda gozam e menosprezam a situação, como se tivéssemos de estar sempre disponíveis. Ainda enumeram as coisas que faziam quando tinham a idade do meu filho, como se ele aos 13 anos tivesse de já ser um homem e não um menino. Esquecem-se, que eram outros tempos e que as crianças não são todas iguais.
Durante anos eu ia para aquele emprego como quem ia a uma festa, feliz, entusiasmada, mas as coisas mudaram, as pessoas mudaram. Continuo a gostar do que faço, mas gostava que respeitassem mais os horários e que fossem mais sensíveis, que conhecessem melhor cada empregado, não os vissem apenas como máquinas.
Será que poder ter um emprego e ter um filho em segurança é algo assim não difícil de conseguir!? Sim, porque para deixar um emprego de quase duas décadas, daqui a uns tempos o filho vai ganhar a autonomia que lhe falta e o tempo não volta atrás para eu recuperar o emprego!
O meu filho teve no jardim de infância uma Educadora, super calma, doce, posso ate dizer, que tinha um ar angelical. Ele gostava (e gosta) imenso dela! Depois no 1º ciclo, também teve uma professora calma, que raramente lhe levantava a voz, porque certamente sabia controlá-los bem. Ele era fã, gostava imenso da professora!
Agora tem muitos mais professores, mas tem daqueles que gritam muito. Talvez por ele não estar habituado a isso, estranhou muito. E noto que isso o prejudica na aprendizagem, pois deixa-o inquieto!
Será que é preciso tanto grito para impor o respeito!?