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Criei este blog para partilhar as preocupações que tenho com o meu filho (a partir dos 6 anos), para receber conselhos, para desabafar, e para ver se sou mesmo a única a ser paranóica, ou se não estou assim tão sozinha! Sou mãe galinha e mãe leoa!
Surgiu, já não sei bem como, falarmos de profissões. Quando ele me disse o que gostaria de fazer e onde gostaria de trabalhar, fiquei surpreendida, apesar de já não ser a primeira vez, que ele foi por este caminho, mas antes, ele nem estava na universidade.
É sem dúvida, algo promissor, mas é fora do país. Mas, disse-lhe que tinha o meu apoio, mesmo que demore a habituar-me, mesmo que morra de saudades! Também lhe disse que para isso, ele teria que se empenhar muito, mas mesmo muito! Inclusive, disse-lhe, que se ele não conseguir isso, que não desanime, porque há outros caminhos! Ele respondeu "sim, eu sei"! Pelo menos está consciente!
Ele é de ideias fixas, sempre foi, mas não é ambicioso, é demasiado humilde até! Acho que é uma das primeiras vezes que o vejo a ter ambição. Seria uma coisa que poucos conseguem, mas quem sabe!?
Sonhar, também faz bem!
Começo a sentir nostalgia, sei que vou ter tantas saudades destes tempos, e ele também! Estes 12 anos passaram tão depressa!
Além da nostalgia, começo a sentir ansiedade em relação ao próximo passo. Será que ele vai conseguir entrar na universidade? Sim, porque agora , ele decidiu que quer mesmo ir, mas está à rasca porque tem consciência que está perto da média mais falta-lhe um bocadinho. E as universidades privadas, como dizia uma amiga minha, são para quem tem muito dinheiro e médias baixas. Nós só temos a parte das médias baixas, não há esse dinheiro, por isso é rezar para que consiga entrar na publica!
Se ele ficar um ano parado, tenho receio que se habitue e que desista. Mesmo que vá subir a algumas disciplinas para aumentar a média.
Vamos aguardar! Só quero que os sonhos dele se realizem e que ele seja feliz!
O exame de história está quase a chegar!
O inicio do ano letivo, deixa-me sempre um pouco nostálgica.
Durante os primeiros 19/20 anos da minha vida, desejei e sonhei ser , como se dizia na altura, professora de escola primária.
Mesmo não tendo um percurso escolar fácil, com muitas regras, privações, proibições, (pressões de quem achava que eu devia era ir trabalhar, mesmo sendo menor) e bullying.
Quando era miúda, fui professora a fingir de todos os meus primos mais novos, que moravam perto. Sempre que ia alguém lá a casa com crianças, lá ia eu arranjar papel e lápis e fazer de professora.
Entretanto cheguei a um momento em que percebi que não era possível, que tinha mesmo sido só um sonho. Quando vi os outros a concorrer ás universidades, e eu a não poder fazer o mesmo, sofri. Faltou não só dinheiro, como incentivo, apoio. Na altura ninguém me disse que podia arranjar um trabalho e estudar aos mesmo tempo. Mas conformei-me, aceitei!
Mais tarde, vieram os filhos das amigas, e se estivesse mais perto, teria também ajudado os sobrinhos.
Depois foi o meu filho. Por vezes, perguntavam-me como é que eu tinha paciência para o auxiliar, porque os colegas dele andavam em centro de estudo. Mas eu apenas concretizava o meu sonho, de certa forma.
Ainda hoje quando passo a uma escola primária me comovo. Paro, observo, fico a contemplar.
Sinto falta das reuniões de pais presencialmente na sala de aulas do meu filho. O que para uns pais era uma chatice, uma obrigação, para mim era um gosto. Ficava sempre até ao final!
Agora, que mais um ano letivo está a iniciar, fico a olhar para a agenda do Professor nas lojas de material escolar, fico com vontade de comprar uma para mim. Mas depois lembro-me que não sou professora!
Mas, alguém me disse um dia, que nós somos aquilo que mais fazemos, e o que mais tenho feito, é tentar ensinar. Sendo assim, terei em mim, sempre um pouco de professora!
Agora está numa fase em que está sempre a dizer que queria ter um irmão. Teve uma fase semelhante quando era pequenino e queria levar todos os bebés que via para casa.
Digo-lhe que a nossa casa é pequena que não tenho mais um quarto, mas ele tem solução para isso, ele dá a cama dele e dorme no sofá. Falo da falta de dinheiro para comprar roupa e as coisas para o bebé, ele diz que posso usar as que foram dele.
Eu sempre pensei em ter pelo menos dois filhos, mas depois a situação financeira e mesmo a minha saúde não me permitiu realizar esse sonho, mas tenho muita pena, e quando ele fala no assunto ainda mais me custa...